domingo, 19 de setembro de 2010

SONETO

Soneto do Desmantelo Azul



Então, pintei de azul os meus sapatos por não poder de azul pintar as

ruas, depois, vesti meus gestos insensatos e colori, as minhas mãos e

as tuas. Para extinguir em nós o azul ausente

e aprisionar no azul as coisas gratas,

enfim, nós derramamos simplesmente

azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos

que no excesso que havia em nosso espaço

pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos

e vimos que entre nós nascia um sul vertiginosamente azul.

Azul.


Carlos Pena Filho

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