SONETO
Soneto do Desmantelo Azul
ruas, depois, vesti meus gestos insensatos e colori, as minhas mãos e
as tuas. Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul vertiginosamente azul.
Azul.
Carlos Pena Filho
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